terça-feira, 24 de maio de 2011

Alguns Poemas do Livro FLORESCER- Poesias e Reflexões - 1990

DINAMIOLOGIA

Lemos a mesma cartilha
Positivamos o meio:
frutos maduros, híbridos...
Planejamos a terra
toda doce... um dia
E todos saboreando
as sementes do nosso
mel cultural


CRÍSTICO



Cruzei com você
no caminho...
Você não é pedra

Então, por que não me abraça?


PACTO

O  seu mel é mais doce
cultivado na minha flor...
Pétalas macias,
polém carnívoro
Zumbem rainhas
invejando-me
o favo :
 sempre aberto
ao atento zangão


LIRA

  Tropeço em deveres
  Viro fera, rosa,
sorriso
  Viro-me do avesso
  Venço o relógio, o adverso,
o desgoverno
  Tenho mãos calejadas  
e idéias dançantes
  Viro lira ...
  E habito num castelo de
pedras poéticas
  Serva? sirvo a mesa farta de
 gestos de amor


DIREÇÃO

Deixem-me pisar em painas
Deixem-me pisar em penas,
           em pétalas
Deixem-me caminhar entre estrelas,
           entre luas,
           pelo mar

Deixem-me hoje acima das
           mazelas,

           no caminho plano,
           para cruzar com o Nazareno
           na linha do horizonte


AMOR

Existe na vida
            um único amor verdadeiro
Aquele que passa o túnel do tempo,
            o abismo da saudade, 
            a frieza da ausência
            e permanece inalterado;
            com o mesmo olhar pleno de ternura
            e desejos contidos
Só existe um único  verdadeiro amor,
            aquele que não pôde ser vivido


VERÃO VIVO

O sol forte bronzeou a juventude
na areia alheia ao mundo rude
O mar tentou curar corpos idosos
donos de olhares ainda esperançosos

A “gata”, acha que todos olharam
as suas curvas de beleza ideal
O “gato”, tem certeza que inventaram
a musculação que o torna imortal

Plúmbeas nuvens surgiram para a elite,
indignada no seu veraneio
pela excursão do farofeiro

Não perceberam no verão vivo, de alma nua,
que o céu chorou : água da casa de pau-a-pique
E chorou o céu, p’ra banhar as crianças de rua


NATURA

Bosque...
Orquestra de cascatas,
coral de tuins, sabiás, bem-te-vis
Glauca natureza,
encanto para a minha alma brumal
Telúrica manhã de passividade transcendental
Momentos que ficam
da fugacidade dos prazeres
Emoções reais só vêm da Criação!
Meditação,
conformismo pelas coisas crucificantes
Verde, brisa, águas
translucidamente oxigenando
minha esperança cheia de porquês morrentes
Bosque, alamedas sem rosas róseas
da juventude álacre de sonhos
Natura, filtra minhas mágoas!...
no amanhã de mesmices convencionais.
Céus e terra(!) não me deixem só...implexa +
nas minhas cães de desilusão

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